No Brasil, oito em cada dez pessoas com mais 16 anos admitem que tomam remédios por conta própria. Maior acesso à internet e imediatismo são motivos para aumento da automedicação. No entanto, esse comportamento representa riscos severos à saúde, como, por exemplo, sobrecarga dos rins e “morte” do órgão.
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A automedicação parece inofensiva, mas não é
Pode parecer assustador dizer isso, mas aquele simples analgésico que você toma pode matar ou deixar graves sequelas no organismo, dependendo da dose e da frequência de consumo.
Na correria do dia a dia, parece mais fácil abrir a gaveta e tomar um medicamento qualquer para aliviar uma dor de cabeça, um incômodo no estômago, mas, para o bem de sua saúde, busque auxílio médico.
Automedicação e rins
Os rins exercem no corpo a função de uma peneira, eles preservam as substâncias benéficas no organismo, deixando passar e excretando na urina aquelas que podem fazer mal ao corpo humano, como ureia e creatinina.
Certos fármacos, quando presentes em excesso nos túbulos renais, podem desencadear respostas inflamatórias e comprometer a função de filtração glomerular. Devido a esses desajustes, proteínas importantes que precisariam permanecer no corpo, como a albumina, começam a ser eliminadas. O nível de água, que precisa ser regulado, fica comprometido, o que também afeta a produção de hormônios. Esse quadro pode desestabilizar todo o organismo.
Além disso, o corpo se acostuma com determinado princípio ativo sem que necessariamente precise dele naquele momento. Então, quando acontece uma doença, o agente patogênico já criou resistência e o medicamento deixa de ser eficaz.
Tem algo fora do lugar
A doença renal deflagrada em função do uso indiscriminado de remédios nem sempre emite sinais, pelo menos no começo.
Todavia, algumas alterações, em situações graves, podem deixar a pessoa em estado de alerta: diminuição da produção de urina, retenção de líquido, inchaço nos membros inferiores, fadiga, confusão mental, náusea e vômitos.
Para voltar à normalidade, o primeiro passo é suspender os medicamentos ingeridos sem orientação e buscar um médico, que, se julgar necessário, prescreverá um novo fármaco para tratar o problema que levou a pessoa à automedicação, discriminando dose e tempo.
Se o paciente já tiver algum grau de insuficiência renal, pode ser indicada uma internação hospitalar para fazer hidratação e diálise, nos casos mais graves.
Intoxicação
Os medicamentos são o principal agente causador de intoxicação em seres humanos no Brasil. Os órgãos governamentais até impõem regras para compra de remédios, o problema, porém, é que a fiscalização é falha. Prova disso está no comércio virtual, que distribui desde antibióticos a drogas mais potentes.
Tudo passa por uma questão de autoconsciência! Percebendo qualquer anormalidade no organismo, escolha consultar-se com um médico e receber o tratamento medicamentoso adequado a fazer a automedicação e sofrer com as graves consequências de saúde.
Quer saber mais? Estou à disposição para solucionar qualquer dúvida que você possa ter e ficarei muito feliz em responder aos seus comentários sobre este assunto. Leia outros artigos e conheça mais do meu trabalho como nefrologista em Patos de Minas!